A China ou Israel é mais importante?

Afirmo que Israel é muito mais importante do que a China e, ao final deste artigo, poderemos confirmar ou não essa afirmação.

Quando comparamos as economias, a diferença é gritante: a população chinesa é de aproximadamente 1,4 bilhão de habitantes, enquanto Israel tem 9,8 milhões. O PIB chinês é de cerca de 17 trilhões de dólares, enquanto Israel gera aproximadamente 520 bilhões. A renda per capita da China é de cerca de 12 mil dólares, enquanto em Israel supera 53 mil dólares.

Em números absolutos, podemos afirmar que a China é a maior exportadora do mundo, com grande importância na cadeia global. Foi responsável pela baixa inflação mundial nos anos 2000, quando empresas ocidentais deslocaram suas unidades fabris para o país, reduzindo os custos produtivos e todos se beneficiaram. Atualmente, a China exporta produtos têxteis, eletroeletrônicos, maquinário pesado, produtos plásticos, móveis e artigos de ferro e aço.

Porém, além das marcas ocidentais, é possível reconhecer diversas marcas chinesas como globais. Quem não conhece BYD, Alibaba, Huawei, TikTok, Xiaomi ou Shein? Talvez o que passe despercebido seja a forma como essas marcas nasceram: em sua essência, com proteção de mercado, parcerias governamentais e financiamento público direcionado, algo semelhante ao que foram, no passado, as nossas “campeãs nacionais”. Assim, o Alibaba só cresceu porque o Google não opera na China, e o TikTok tornou-se enorme porque a Meta é proibida de atuar no país, os chineses não conhecem Facebook, WhatsApp ou Instagram.

Vamos para o outro lado. Israel, por sua vez, é conhecido como a "nação das startups", abrigando o maior número de empresas de tecnologia per capita do mundo. O país combina universidades de ponta (Technion, Hebrew University), investimento em capital de risco, serviço militar tecnológico (como a Unidade 8200) e forte ligação entre ciência, defesa e mercado. Essa simbiose transformou Israel em um laboratório vivo de inovação aplicada, com destaque em cibersegurança, agritech, saúde digital e defesa autônoma.

Dessa forma, sem reserva de mercado ou grandes aparições globais, empresas israelenses como a IAI vendem tecnologia espacial para praticamente todos os países desenvolvidos do mundo; a Elbit Systems tem como clientes a maioria dos exércitos da OTAN; a Teva é protagonista no setor farmacêutico; a ICL atua no desenvolvimento químico e de fertilizantes; a NICE destaca-se em software e tecnologia de automação; e a Angel Bakeries exporta produtos de panificação para países como Estados Unidos, Reino Unido, França e Dinamarca.

Qual país é mais importante? Para responder a essa pergunta, precisamos primeiro compreender que um deles possui um governo centralizado, voltado para a supremacia, enquanto o outro se destaca pela superioridade tecnológica e pela integração com outros países. O outro lado da história é entender que a China é um país com cerca de 4 mil anos de história, que atualmente vive sob um regime comunista há 76 anos. Em contraste, o Estado de Israel existe há 77 anos, sustentado por uma cultura judaica cuja origem remonta a Abraão, com mais de 3 mil e oitocentos anos de história.

Em resumo, para o Ocidente, a cultura judaica é mais relevante e integralizada. Por esse motivo, todos os jornais noticiaram o acordo de paz no Oriente Médio. Do outro lado, a China é economicamente mais relevante no curto prazo, porém menos obrigatória e necessária à permanência na cadeia global, visto que o desenvolvimento chinês nos últimos anos ocorreu em grande parte graças ao Ocidente e, por esse motivo, pode ser interrompido.

Vale uma ressalva: a China foi quem desenvolveu a pólvora, o papel e muitas artes de guerra posteriormente copiadas pelo Ocidente. No entanto, atualmente, o país tende a não respeitar as patentes ocidentais e a evitar a competição interna, proibindo a atuação de empresas estrangeiras que não tenham o governo chinês como sócio.