O que a Geração Zoomers vai fazer quando crescerem?
Enquanto os Zoomers do mundo inteiro se levantam, protestam e mudam governos, a Geração Z brasileira continua anestesiada no scroll infinito. Até quando?
PhD Bertoncello
11/17/20253 min ler


Sim, a Geração Z, inicialmente, foi classificada por ela mesma como Geração Zoomer. Os primeiros registros do termo “Zoomer” aparecem em discussões do Reddit e 4chan entre 2014 e 2016, com os memes “Ok boomer, I’m Zoomer”, resposta irônica à visão conservadora dos Boomers. A Geração Z ficou definida inicialmente como jovem hiperconectado, acelerado, irônico, viciado em redes sociais e, posteriormente, como pessoas viciadas em telas e longe da vida real. Mas alguma coisa está mudando em vários países do mundo.
Os Zoomers já se manifestaram em: Bangladesh, com protestos estudantis contra cotas de emprego público, que evoluíram para um movimento antigoverno; China, com ativismo “silencioso” contra desemprego e burnout no trabalho, onde jovens se autodenominam “rat people”; Indonésia, com manifestações de trabalhadores gig (entregadores) contra corrupção; Quênia, com o levante contra aumentos de impostos, corrupção e desemprego juvenil; Madagascar, com o “uprising” contra escassez crônica de água e energia; Marrocos, onde o movimento “Gen Z 212” foi contra corrupção, falta de empregos e serviços públicos ruins; Nepal, onde os protestos foram contra a proibição de redes sociais, que viraram revolta contra corrupção e impunidade da elite; Peru, com marchas nacionais contra crime rampante, paralisia política e corrupção; e no Sri Lanka, com o movimento “Aragalaya” (A Luta) contra crise econômica, corrupção e autoritarismo.
E, neste momento, estão se manifestando no México, iniciado em 2 de novembro de 2025, a manifestação paradigmática dos Zoomers, impulsionada pela hiperconectividade digital e pela insatisfação com estruturas sistêmicas de poder. Esses eventos foram precipitados pelo assassinato público do prefeito de Uruapan, Carlos Manzo, apelidado de “Bukele mexicano” por sua postura intransigente contra os cartéis de drogas, o qual expôs as alegadas conivências entre o governo da presidente Claudia Sheinbaum e organizações criminosas. Com mais de 30 mil homicídios em 2024 e o discurso de um “narcoestado”, os Zoomers marcharam em 15 de novembro na Cidade do México, Guadalajara e Monterrey. A organização horizontal, mediada por plataformas como TikTok, Instagram e Discord, caracterizou-se pela ausência de lideranças formais e pela incorporação de elementos simbólicos lúdicos, como a bandeira de “One Piece”, que sublinha a hibridização entre o virtual e o físico no repertório dos Zoomers.
Os desdobramentos incluíram confrontos com forças policiais, resultando em pelo menos 120 feridos. A “onda regional” de ativismo, análoga aos levantes no Nepal e no Quênia, mostra que os protestos mexicanos ilustram como o descontentamento juvenil pode catalisar mudanças institucionais, embora persista o risco de maior repressão se o México for um “narcoestado”.
Com todo esse movimento, ficou claro que a Geração Z, pelo mundo, cresceu e está se tornando um movimento social importante. Mas termino o artigo com outra pergunta: os Zoomers, ou a Geração Z brasileira, estão onde? Qual o papel dos brasileiros que estão entre os mais prejudicados da atual situação econômica? Nossos Zoomers não terão aposentadoria, eles também não terão um Brasil próspero; da mesma forma, continuarão com uma brutal ausência de segurança pública e de serviços públicos de qualidade. Será que nosso TikTok e Discord são diferentes do resto do mundo?
Jovens brasileiros, vamos refletir sobre a bandeira do One Piece dos Zoomers mexicanos. Afinal, o One Piece simboliza não apenas um artefato, mas as experiências e conexões forjadas no caminho; é um tratado contemporâneo sobre liberdade e propósito: só é forte quem sonha, e só vai longe quem não caminha sozinho. Acordem!
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