O que o é o Bitcoin?

PhD Bertoncello

8/4/20254 min ler

O inventor do Bitcoin (BTC), "Satoshi Nakamoto", em 4 de agosto de 2010, deixou uma mensagem: "Se você não acredita em mim ou não entende, não tenho tempo para tentar convencê-lo, desculpe." Na época, o BTC custava aproximadamente US$ 0,07, no câmbio atual R$ 0,39; em valores atuais, o BTC custa US$ 114.295,00, o equivalente a R$ 640.052,00, ou um ganho aproximado de incríveis 163.278.471%, vamos descrever, cento e sessenta e três milhões, duzentos e setenta e oito mil, quatrocentos e setenta e um por cento em 15 anos.

Vamos entender a frase e descrever o BTC e seus pontos fortes e fracos, para não ficarmos apenas no lugar-comum raso e sem definições claras.Primeiro, a frase: “Se você não acredita em mim ou não entende, não tenho tempo para tentar convencê-lo, desculpe.”

Do ponto de vista psicológico, a frase reflete uma postura defensiva e autoritária, com elementos de frustração ou impaciência. O autor da frase posiciona-se como detentor de uma verdade ou conhecimento superior ("se você não acredita em mim ou não entende"). A recusa em explicar ("não tenho tempo") pode ser interpretada como uma tentativa de manter o controle da narrativa, evitando questionamentos que desafiem sua posição.

A expressão "não tenho tempo" e o tom de "desculpe" (que pode soar irônico) indicam uma possível irritação com a necessidade de justificar ou explicar algo. Psicologicamente, isso pode ser um mecanismo de defesa para evitar o desconforto de ter suas ideias desafiadas ou para lidar com a sobrecarga de tentar persuadir alguém percebido como resistente.

Analisada pelo marketing, podemos identificar alguns vieses conhecidos. A frase sugere que o tempo do emissor é valioso e não será desperdiçado com quem não entende ou não confia. Isso desperta no ouvinte o medo de estar perdendo algo importante (FOMO – fear of missing out). Implica que entender essa mensagem é para poucos. Os que não entendem ficam automaticamente fora de um grupo seleto. Isso ativa o desejo de pertencer, muito estudado na psicologia social.

A frase constrói uma marca pessoal ou de produto que é visionária, seletiva e exclusiva. Exemplo clássico de “marketing de tribo”: o líder fala para os que já entenderam a proposta. Os demais não são o foco. Isso fortalece a identidade da comunidade em torno da ideia (no caso, o Bitcoin).

Esse comportamento reforça o princípio da autoridade (Cialdini), mostrando alguém confiante, com uma visão clara e sem necessidade de validação externa.

Todos os gatilhos mentais foram utilizados: escassez (tempo limitado, não se repete); autoridade (quem diz isso está confiante na própria visão); prova social inversa (“os que entendem, entendem; os que não, ficarão para trás”); e exclusividade (entender é um privilégio).

Da forma que é descrito, o BTC atende todas as teorias econômicas de valorização. Com apenas 21 milhões de unidades, descentralizado, o BTC é deflacionário e atende à visão austríaca (Menger, 1871) na reserva de valor (Hayek, 1976) e de confiança (Mises, 1949). Ao mesmo tempo, enquanto estiver com a atual relação de oferta e demanda, teremos todas as premissas satisfeitas e teremos uma valorização constante segundo os clássicos (Marshall, 1890; Smith, 1776).

Naturalmente, existem vários receios sobre o BTC. Aqui vamos colocar alguns medos que correm pela internet. A teoria de que o Bitcoin seria um cavalo de Troia da elite tecnocrata sugere que ele teria sido criado por elites globais ou governos ocultos para acostumar as pessoas com moedas digitais, antes da imposição de uma moeda digital estatal totalitária (CBDC). Outra teoria, a do colapso programado, sugere que o Bitcoin é uma “bomba-relógio” criada para atrair investidores com promessas de valorização, apenas para colapsar em um evento catastrófico orquestrado; após sua destruição, haveria o grande reset. Por fim, há a ideia de que Satoshi não é um indivíduo, mas uma operação de inteligência criada por agências internacionais, e a blockchain serviria para rastrear pessoas e movimentos, e todos estariam vulneráveis de forma voluntária, assim os Estados não estariam infringindo nenhuma lei e poderiam agir pelo controle.

O BTC representa uma revolução financeira, com sua valorização de US$ 0,07 em 2010 para US$ 114.295,00 em 2025, impulsionada pela escassez programada, crescente demanda e percepção de valor como "ouro digital", conforme explicado por teorias econômicas de oferta e demanda (Smith, Marshall), escassez (Menger) e valor subjetivo (Mises). Essa trajetória sugere um futuro promissor, com potencial para maior adoção e valorização, especialmente em um mundo de incertezas econômicas e inflação de moedas fiduciárias.

No entanto, investidores não devem ser cegos ou ingênuos: armadilhas como bull e bear traps, manipulações de mercado, riscos de segurança e narrativas conspiratórias exigem cautela. A frase “Se você não acredita em mim ou não entende, não tenho tempo para tentar convencê-lo” reflete o risco de manipulação emocional que pode obscurecer o julgamento. Para prosperar, combine otimismo com análise crítica, verificando dados na blockchain, usando carteiras seguras e evitando decisões impulsivas baseadas em medo ou ganância. O Bitcoin oferece oportunidades únicas, mas o sucesso exige vigilância e disciplina.

Resumindo, nunca invista no que você não conhece, e, ao mesmo tempo, procure conhecer todas as formas de investimentos para não centralizar seu risco e seu futuro.