O que vai acontecer até o final de 2026?

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8/12/20253 min ler

É uma pergunta que recebo pelo menos algumas vezes todos os dias, de todos os lados. Por este motivo, vamos tentar responder de forma mais objetiva e precisa possível, sempre com um olhar econômico e político. Afinal, os destinos políticos influenciam fortemente as decisões individuais e, por este motivo, provocam mudanças microeconômicas que obrigam a ajustar os parâmetros macroeconômicos de um país. Como princípio, vamos falar do Brasil e dos Estados Unidos, além de pincelar Argentina e China.

No olhar rápido entre Argentina e China, temos o país portenho diminuindo o tamanho do Estado em várias frentes: demitindo funcionários, vendendo estatais e cortando impostos. A China, por sua vez, está cada vez mais centralizadora, tentando conter o crash imobiliário, reorganizar o sistema exportador para driblar as tarifas americanas e escondendo os números macroeconômicos para parecer mais forte. Como resultado, o crescimento do PIB argentino deve ser maior que o chinês no ano de 2025. Para compreender o quanto isso é raro, entre 1975 e agora a China foi superada pela Argentina em crescimento apenas três vezes, demonstrando o quanto a liberdade promovida por Milei pode mudar a Argentina.

Os Estados Unidos por sua vez nos últimos 200 dias, tivemos um transatlântico dando um “cavalinho de pau”, mudou drasticamente seu foco político e econômico e buscou, até agora com bons resultados, combater o déficit comercial, os impostos internos e de tarifas externas, e confirmar suas superioridades econômicas, militar e política de liberdade.

O déficit comercial está diminuindo e com isso mudando a trajetória da emissão de dívida pública, em junho de 2025: O déficit comercial diminuiu 16% em relação a maio, passando de US$ 71,7 bilhões para US$ 60,2 bilhões, o menor nível desde setembro de 2023. A redução foi impulsionada por uma queda de 3,7% nas importações (de US$ 350,3 bilhões para US$ 337,5 bilhões), enquanto as exportações caíram apenas 0,5% (de US$ 278 bilhões para US$ 277,3 bilhões).

O One Big Beautiful Bill Act (Um Grande e Belo Projeto de Lei), o nome é estranho sim, mas os resultados são animadores para a economia, pequenas empresas terão uma economia de até US$ 420.000 por ano com deduções de P&D, depreciação bônus e Seção 179, incentivando inovação e investimento. Pessoas físicas conseguirão reduzir de US$ 1.000 a US$ 10.000 anuais, com destaque para gorjetas (até US$ 25.000 dedutíveis), horas extras, idosos e famílias.

As tarifas externas em 2025 atingiram níveis históricos, com taxas médias de 17,3%–18,3%, mas cada país e setor com tarifas diferentes, de zero, como é o caso de petróleo e microchips até 100% em produtos chineses não duráveis. A arrecadação alcançou US$ 150 bilhões até julho, com projeção de US$ 300 bilhões para o ano, superando recordes anteriores e triplicando a projeção anterior de US$ 108,2 bilhões para o final de 2025.

E o Brasil, neste cenário, ficou com a pior parte. Temos produtos livres das tarifas, como o suco de laranja e o petróleo, mas nossa tarifa básica ficou em 50%, o que, na prática, inviabiliza qualquer possibilidade de continuar as exportações ou manter as margens de lucro das empresas exportadoras. Em resumo, a economia ligada ao mercado americano sofreu um duro golpe.

Assim podemos responder à pergunta inicial o que vai acontecer com estes países até o final de 2026? A Argentina vai continuar crescendo e melhorando seus dados macroeconômicos, a China vai fingir que está forte e vai diminuir sua atividade, fazer seus cidadãos sofrerem calados, os Estados Unidos vão ter lucros recordes nas bolsas S&P 500 deve alcançar no mínimo 6.600 pontos e a Nasdaq ainda não há um consenso do teto, afinal ela está sempre surpreendendo positivamente. E para terminar o Brasil, entraremos em crises políticas, fiscais e econômicas, colocando dúvidas enormes do nosso futuro, este ano e em 2026, infelizmente.

Resumindo teremos a Argentina com crescimento contínuo e melhora dos indicadores macroeconômicos. Já a China buscando a manutenção da narrativa de força, mas com redução real de atividade e custo social elevado. Por outro lado, os Estados Unidos com lucros recordes nas bolsas; o S&P 500 deve alcançar no mínimo 6.600 pontos e a Nasdaq segue sem consenso de teto. Por fim o Brasil com suas crises políticas, fiscais e econômicas, com incertezas profundas sobre o futuro.