Quais são as principais mentiras e desculpas que o Brasil insiste em dizer?
Ph.D Bertoncello
7/21/20253 min ler


Vamos refletir por um minuto. Nos últimos quatro meses, as pessoas ligadas à economia e à política estão sempre discutindo se deve ou não haver tarifas para exportar para os Estados Unidos. Naturalmente, a mudança das regras globais, em que exportadores ganham eficiência, os consumidores americanos obtêm produtos mais baratos e o déficit americano é sustentado pela sua dívida soberana emitida em dólar e aceita no mundo todo, foi colocada em dúvida, passando a adotar novos paradigmas.
Mas precisamos lembrar que políticas são feitas por governos e Estados, enquanto as exportações e importações são realizadas por empresas que buscam a melhor oportunidade de rentabilizar seus recursos e, com isso, exercer o milenar dilema microeconômico: buscar o maior lucro possível ao menor custo possível (O Homem Mais Rico da Babilônia). Na economia moderna, a microeconomia é a arte de criar desigualdade. Em outras palavras, minha empresa cresce quando ganha mercado e as outras não. Para fechar de vez este argumento: empresas só têm razão de existir se forem mais eficientes que o meio em que estão inseridas (COASE, 1937).
Agora, podemos afirmar que, quando você ouvir que as tarifas tiraram o seu emprego, e que, por isso, a culpa é do Trump, de qualquer outro presidente ou de algum país, entenda que isso é uma verdade macroeconômica e uma mentira microeconômica. Explico: empresas, em um ambiente competitivo, complexo e livre, são mais eficientes e encontram formas de lucrar. Por outro lado, empresas que estão em ambientes controlados, sem interligações com cadeias locais ou globais e em mercados excessivamente regulados, sempre dependerão dos governos.
Por esse motivo, apesar das incertezas das tarifas do Trump ou de qualquer outra desculpa, temos na temporada de balanços trimestrais empresas americanas surpreendendo positivamente. Na Europa, há uma estagnação; na China, bem, na China é impossível saber a verdade. No Brasil, empresas ameaçam demitir pessoas caso o governo não resolva os problemas das tarifas do Trump. Vale lembrar, porém, que elas não pedem a desregulamentação do mercado interno ou o fim das amarras burocráticas para aumentar a competitividade.
Então, vamos acabar com mais uma falácia que me incomoda, de verdade: taxação sobre café e laranja não vai acabar com empregos nos Estados Unidos. As empresas de lá não dependem do Brasil e, pode apostar, se as empresas brasileiras não se mexerem, elas deixarão sua fatia de mercado para outras empresas em algum lugar do mundo.
Concomitantemente, tenho que afirmar que o Lula não está defendendo nenhuma soberania nacional. Aliás, não temos, o ambiente burocrático, regulatório e quase soviético destrói a capacidade de criar riqueza e empregos no Brasil. Por este motivo, o principal ator do nosso empobrecimento é a baixa produtividade brasileira, causada pelo próprio Estado brasileiro.
Em resumo, com ou sem tarifas, economias dinâmicas se adaptam e continuam enriquecendo, demonstrando que empresários e trabalhadores buscam o mesmo objetivo milenar: criar riqueza com trocas voluntárias. Ao mesmo tempo, economias inertes e passivas, por culpa governamental ou de seus empresários, sempre perderão espaço e precisarão de ajuda interna ou da retirada das “tarifas do Trump”.
Será que vamos aproveitar a oportunidade caótica para resolver problemas estruturais ou vamos terceirizar a culpa para outros países, poderes ou políticos? Termino esta reflexão para afirmar que o Brasil continuará pobre enquanto o Executivo, o Legislativo, o Judiciário, os empresários e sua população mantiverem uma visão mesquinha e provinciana. Precisamos enfrentar nossos problemas internos para um dia, sermos reconhecidos como um país sério e próspero.
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