Por que temos que ver os anões europeus
O embate entre Macron e Meloni não é apenas uma disputa política, mas a expressão de dois projetos de mundo.
PhD Bertoncello
6/3/20254 min ler


Por que prestar atenção a anões europeus?
O cenário político europeu contemporâneo revela um confronto emblemático entre duas concepções opostas de organização social, econômica e geopolítica, mas antes de começar o título deste artigo é para chamar a atenção da importância do momento atual da França e da Itália, que já foram potencias globais e hoje são relativamente pequenos, porém muito relevantes quando vemos o destino do ocidente.
De um lado, a visão globalista e progressista do presidente francês Emmanuel Macron; de outro, o nacionalismo soberanista defendido pela primeira-ministra italiana Giorgia Meloni. Este embate transcende fronteiras nacionais e projeta implicações diretas sobre o futuro da União Europeia, das democracias ocidentais e de países em desenvolvimento como o Brasil. Ao compreender as origens e os desdobramentos dessa disputa, é possível identificar os riscos associados à adesão irrestrita ao modelo globalista francês, atualmente espelhado em decisões do governo brasileiro.
A trajetória histórica de França e Itália após a Segunda Guerra Mundial explica, em grande medida, a assimetria de poder e autonomia entre os dois países. A França, integrante do grupo vitorioso do conflito, preservou e expandiu sua capacidade de atuação internacional, investiu fortemente em infraestrutura energética independente – especialmente energia nuclear – e manteve seu protagonismo geopolítico, inclusive com assento permanente no Conselho de Segurança da ONU. Em contrasta a Itália, derrotada, reformulou sua constituição em 1948, foi impedida de desenvolver armas nucleares e tornou-se dependente de importações energéticas, como gás da Rússia e do Norte da África. Economicamente, o Produto Interno Bruto (PIB) francês, estimado em 2,7 trilhões de euros em 2023, supera o italiano, de 1,8 trilhão, embora o PIB per capita (40 mil euros na França versus 35 mil na Itália) revele convergências. A visão globalista de Macron, que prioriza a integração europeia e políticas centralizadas, contrasta com o nacionalismo de Meloni, que busca proteger os interesses italianos. Para o nós, é fundamental questionar: a que custo o globalismo sacrifica a autonomia energética e econômica das nações?
No contexto contemporâneo, as tensões entre Macron e Meloni, intensificadas em 2025, são um laboratório para o ensino dos riscos do globalismo. A França, sob Macron, defende uma Europa progressista, com apoio fervoroso à Ucrânia, sanções multilaterais e uma "autonomia estratégica" que, na prática, centraliza o poder em instituições como a União Europeia, potencialmente sufocando vozes nacionais. A visita de Macron a Meloni em 3 de junho de 2025, expôs atritos sobre o envio de tropas à Ucrânia e questões comerciais, com a Itália resistindo à agenda globalista e buscando laços com os EUA sob o lema "Make the West great again".
Meloni, alinhada a visão do Leste Europeu e aos Estdos Unidos, oferece uma alternativa, defendendo uma Europa de nações soberanas, um modelo que preserva identidades e liberdades locais.
O Brasil de Lula não é dos brasileiros, pois a recente aproximação do governo Lula com Emmanuel Macron, inclusive com encontros previstos nesta semana, revela uma opção deliberada por uma agenda alinhada ao modelo globalista europeu. Essa escolha envolve riscos significativos para a soberania nacional, como a imposição de cláusulas ambientais unilaterais em acordos comerciais, o enfraquecimento das cadeias produtivas locais e a aceitação de interferências externas em decisões internas.
No entanto, pesquisas de opinião, tendências eleitorais e o comportamento social indicam que a maioria da população brasileira valoriza princípios mais próximos ao modelo defendido por Meloni: liberdade econômica, respeito à identidade nacional, proteção à propriedade privada e desburocratização do Estado. O contraste entre as escolhas da elite política e os anseios da sociedade expõe uma tensão crescente que pode redefinir o papel do Brasil no tabuleiro geopolítico global.
Resumindo
O confronto entre Macron e Meloni é didático e revelador. Ele oferece aos estudiosos e cidadãos atentos uma oportunidade de aprendizado sobre os rumos conflitantes da política contemporânea. Trata-se de um embate entre dois projetos de civilização: um que aposta na centralização globalista sob a liderança de burocracias transnacionais, e outro que resgata a soberania, a autodeterminação dos povos e a liberdade como valores fundantes da democracia.
Ao apoiar Macron, Lula alinha-se ao primeiro projeto, ignorando os sinais da sociedade brasileira, que cada vez mais se identifica com os ideais de liberdade e soberania nacional que emergem na Europa por meio de lideranças como Giorgia Meloni. Compreender este momento é essencial para formar cidadãos críticos e conscientes sobre os caminhos que o Brasil pode seguir nos próximos anos.
Em síntese, compreender os perigos do globalismo é uma lição vital para o aprendizado coletivo. Na visão de Macron, compartilhada por Lula, há a priorização de agendas multilaterais, climáticas e supranacionais, que podem subordinar os interesses nacionais a burocracias distantes, ameaçando a soberania e a liberdade dos povos. Para aqueles que se lembram da cultura nacional dos anos 70, podemos dizer que Raul Seixas talvez estivesse certo: a solução seria alugar o Brasil para os globalistas — ou, como sugeria Milton Nascimento, poderíamos ter um coração de estudante. “Já podíamos ter tudo, não fosse a esperança demais.”
Está na hora de agirmos.
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